Como ser social que é, o Homem possui a necessidade de comunicar, de colocar informação fora de si e de receber informação vinda do seu exterior. Essa troca é fundamental para o seu equilíbrio, para a sua saúde mental, para o seu crescimento e para a definição da sua individualidade.
Todos necessitamos de colocar fora de nós mesmos, noutra pessoa, aquilo que pensamos, aquilo que sentimos; necessitamos de comparar os pensamentos e sentimentos dos outros com os nossos e essa troca de informação é o estímulo para novos pensamentos e para a (re)experimentação de sentimentos. Os outros podem estar junto a nós, ou muito longe.
São diversas as formas como comunicamos com os outros, são vários os canais que, hoje em dia, utilizamos para esse fim. Podemos mexer o nosso corpo, tocar no outro, enviar palavras, mostrar imagens, etc.. Podemos comunicar através do ar, de objectos por nós criados, de máquinas criadas para transformar o longe em perto (e que por vezes transformam o perto em longe).
A evolução do Homem levou ao desenvolvimento da comunicação e esta, à evolução da Humanidade. O último século e meio tem sido extraordinário na mudança dos meios e das formas de comunicação. Em particular no último meio século, o Homem assistiu a muitas e grandes alterações, a uma velocidade crescente.
Mas se evitarmos o deslumbramento da evolução dos meios e conseguirmos olhar apenas para os conteúdos, para os conteúdos essenciais, verificaremos, certamente surpreendidos, que desde que há registos, na antiguidade como hoje, o Homem mantém dentro de si as mesmas necessidades, as mesmas preocupações, experimenta os mesmos sentimentos, as mesmas emoções, sofre pelas mesmas razões.
Bem pode Mercúrio vender as asas, as sandálias e a bolsa; bem pode comprar uma antena nova para o capacete, uns patins em linha, um laptop topo de gama – mas a essência das mensagens será sempre a mesma: cada um de nós, carregado de sentimentos, emoções e dramas, em confronto com os outros.
FCC