O diálogo entre pais e filhos reveste-se de singularidades que o tornam tão difícil quanto importante. Abundam os textos sobre as dificuldades e responsabilidades na perspectiva dos pais. Mais difícil se torna encontrar reflexões centradas no papel a desempenhar pelos filhos, como se as dificuldades e responsabilidades existissem apenas para com a geração seguinte. O peso excessivo que por vezes é colocado nos pais, só aparentemente os pune e responsabiliza em demasia. Na verdade, essa perspectiva unilateral torna-se de tal modo pesada, que leva a que muitos pais a interiorizem como inatingível.
A co-responsabilização no estabelecimento e manutenção do diálogo deve constar, à partida, das regras elementares que enformarão todo o relacionamento. Só assim se estabelecerá uma relação equilibrada e sadia, estruturante para o desenvolvimento responsável dos filhos e determinante para que o diálogo aconteça e se mantenha.
O desenvolvimento harmonioso e completo dos filhos é uma das responsabilidades mais importantes dos pais. A manutenção do diálogo é certamente uma das armas mais eficazes para se alcançar esse objectivo. Todos nós conhecemos exemplos de filhos emocionalmente afectados pela ausência de diálogo com os pais. Mas serão menos numerosos, ou menos relevantes, os casos de pais que sofrem pelo mesmo motivo? O equilíbrio emocional da família só se conseguirá, se ambas as partes assumirem as suas responsabilidades, empenhando-se para que o verdadeiro diálogo aconteça.
José Quelhas Lima
Link deste ArtigoPor Mil Razões..., às 12:40  Comentar