Foto: Baby And Dad Sleeping - Vera Kratochvil
Sobre o tempo, a cronobiologia tem muito a dizer. Enquanto as ciências da vida estudam o onde (morfologia) e o como (fisiologia), a cronobiologia acrescenta à ciência o estudo do quando. Preocupa-se com o quando as coisas acontecem. É interessante perceber a vida interna e externa como um ciclo… os vários ritmos internos e a vida como ritmada. Olhando bem para dentro de nós, percebemos os ritmos silenciosos que nos constituem… olhando bem para fora de nós, percebemos bem os ritmos que nos rodeiam e que constituem a vida ritmada que vivemos… primavera, verão, outono, inverno - primavera, verão, outono, inverno… um ciclo. Os dados repetem-se a um ritmo constante. O dia tem sempre 24 horas e repete-se 365 ou 366 vezes por ano… o ano é composto sempre por 12 meses… a semana começa sempre ao domingo e termina sempre ao sábado… e o nosso dia? É ritmado… para a maioria das pessoas o acordar é de manhã, o trabalho é durante o dia e o sono durante a noite… porquê? A melatonina aumenta com a falta de luz… o cortisol eleva com o aumento dela… é assim que dizem os nossos ritmos internos… a maioria das pessoas está acordada de dia e dorme à noite… há sincronia entre o que se passa dentro e fora de nós. E o tempo? O que é o tempo? É um espaço virtual que é ocupado pelo que fazemos? É uma linha contínua onde se encadeia ou se encaixa aquilo que fazemos? Fica a ideia que está ligado ao quando as coisas acontecem, porque para a saúde interessa saber quando ocupamos o espaço virtual com as atividades diárias, ou quando acontecem essas atividades que se encadeiam ou encaixam nessa linha contínua.
Ermelinda Macedo