Foto: Face – Liz Franceli Bratz Ardais
Um sonho materializado por vontade paternal. Uma rapariga feita mulher, com toda a existência pela frente. Assim é a Su.
A personificação da alegria, contagiando todos em seu redor. Ela é igualmente um ás a nomear os artistas que ouve na rádio, adora tudo o que é cor-de-rosa e não dispensa os passeios à beira-mar, nem a companhia da família. Claro que também é teimosa e gosta de decidir as refeições de cada dia, mas no seu todo é o melhor presente da sua vida.
E é nisso em que se centram primariamente quando pensam na filha. No que ela trouxe às suas vidas, nas bênçãos que a acompanham, nas aventuras que se somam. Nos risos, nas memórias, nas partilhas. E não nas (in)capacidades de que é portadora. Porque há muito mais além dessa categorização. Um amor imenso, uma ternura que não acaba e também uma certa paciência.
Se o dicionário de língua portuguesa nos diz que a deficiência é um substantivo feminino equivalente a falta, imperfeição, ela, pronome pessoal singular feminino, venceu as falhas com outras conquistas, tornando-se verdadeiramente única.
E se olharmos além das faculdades mentais e físicas, ou mesmo incluindo-as, não seremos todos, afinal, portadores de algum grau ou tipo de deficiência? Não seremos todos dotados de faltas e de imperfeições?
É o que nos torna humanos. É o que nos une como família de uma mesma espécie. E nessa consideração ligamo-nos uns aos outros, reconhecendo limites e vencendo outros, tal como a Su o faz.
Sara Silva