Aos dezasseis anos a vida parece uma corrida de 100 metros e nós não podemos perder o arranque inicial, sob risco de ficarmos para trás. Temos de experimentar tudo e viver tudo, como se não houvesse amanhã.
Como é óbvio, eu não era diferente e desde cedo me senti tentada a descobrir o mundo que me rodeava, apesar de todos os avisos que os meus pais, diligentemente, insistiam em dar.
Nos intervalos das aulas comecei a fumar uns charros, com os meus colegas, nas traseiras do ginásio, achando que ninguém se aperceberia dos meus olhos vidrados e vermelhos e do riso constante durante as aulas. De uma forma natural e progressiva cada vez me interessava menos pelas aulas e comecei a faltar mais e mais, até a escola deixar de fazer sentido para mim; afinal de contas tudo o que eu precisava de saber da vida estava bem longe dali.
Comecei a sair mais à noite e a beber para me sentir livre e descontraída. Os rapazes começaram a reparar em mim, o que me fazia sentir bonita e desejada. Gostava de lhes agradar e a forma mais fácil e natural passou pelo sexo. Era algo em que eu era boa e tudo correria bem, se não tivesse engravidado.
Depois de todas as asneiras que fui fazendo, os meus pais, finalmente, fartaram-se e tive de sair de casa. Agora com uma criança nos braços, vejo-me obrigada a ganhar dinheiro para nos sustentar. Sem formação escolar e sem conhecimentos no mercado de trabalho, a única alternativa que encontrei, foi fazer o que já fazia para ser aceite, mas desta vez por dinheiro.
Se o sexo me meteu nesta alhada, é ele que me ajuda a sobreviver.
AT
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