Foto: Meditation By The Lake - Nat Sakunworarat
O medo é um involuntário estado de espírito, temporário ou definitivo, que antecede a realização de um evento, ou o resultado astronómico dali obtido respetivamente. Por si, o medo é também um evento antecedente de um outro, o seu perfil estranho é ocorrer num lapso de tempo que separa dois estados emocionais sucessivos designadamente a expetativa e o resultado real que se obtém.
Cada pessoa é uma amostra de toda uma sociedade onde se insere, a sua complexa e variada natureza corporiza as pessoas e vivências encarnadas numa única, e o medo afigura-se como a vertente emocional das pessoas, o lado romântico e sonhador, a ânsia da conquista de um resultado na forma de uma vitória ou derrota.
Eis, em sentido ilustrativo, como se descreve o medo vivido tipicamente por um entusiasta: o foco no objeto conjugado com a superatenção no objetivo, aumentam a energia corporal que desperta a atividade cerebral, consequentemente, a ansiedade impede a continuidade do sono sossegado por ter chegado, finalmente, a hora de entrar em ação, para o posterior alívio da alma.
Duas perspetivas do medo são distintas, salientes e identificáveis para saber como lidar, se é medo de agir ou medo da consequência que advém do ato. Na primeira situação, a pessoa está mais concentrada na ação, se irá resultar ou falhar, e a segunda, no impacto da ação face aos seus objetivos, se irá ou não satisfazer as suas necessidades.
Contudo, desenvolver a audácia necessária para pôr em prática a ação é muitas das vezes um ato de coragem, a superação de um conflito individual que pode desencadear em revolução, regra geral, percurso para o desenvolvimento humano e rompimento dos ciclos viciosos. O mecanismo catalisador da transformação requerer, para além da afinação da capacidade produtiva (saber fazer), o desenvolvimento da criatividade e inovação, alguma frieza e encarar os factos o mais cedo possível para ganhar tempo de reação, aprendizagem e assimilação.
Dito isto, a forma mais económica de vencer e diluir o medo é imposta por uma adequada e atempada preparação antes da ocorrência do evento, um exercício diário e sistemático de superação das barreiras e limitações que derivam e são alimentadas pelas especulações, lições contadas por outros autores e experiências passadas por este.
António Sendi