Foto: Sad – Morris Sneor
Amanhã fazes anos. Olho para trás e em retrospetiva vejo que errei tanto! Porque não sabia; porque foste o primeiro.
Não te dei colo suficiente e agora mal consigo sentar-te ao colo, porque já estás tão crescido! Não te dei beijos suficientes, e agora beijo-te todos os dias, em todos os momentos possíveis. Mas nunca chega para mim nem para ti. Não te abracei o suficiente e agora os meus braços começam a ser curtos para te abraçar. Mas abraço-te na mesma, com todo o sentimento (imenso) que tenho por ti.
Dizem que não há amor como o primeiro; e é mesmo assim. Foste o primeiro, e és tão especial por isso! Vivemos experiências irrepetíveis, brincámos, sorrimos. Conversámos – tanto! Quero agarrar-me ao tempo, porque te vejo a crescer e tenho medo de te perder: para os outros, para a vida. Orgulho-me de te ver crescer, mas ao mesmo tempo desejo que o tempo pare. Queria continuar a proteger-te; sobretudo, dos teus medos.
Mudaste de ano, de escola. Um 1º período que iniciou estranhamente bem, mas depois descambou. O novo, o diferente, as regras, os desafios, tudo junto foi às vezes demasiado para ti. Apesar disso venceste esse caminho e o 2º período está a ser melhor. Aos poucos, vais-te habituando. Mas custa não te ver feliz, entusiasmado com alguma coisa! És inteligente, sonhador, bom. Tinhas tudo para ser bem-sucedido no jogo social, porém há qualquer coisa que te impede de te deixares ir. Mas uma coisa é certa: és como és; tenho que te aceitar assim, empurrar-te às vezes, contudo, deixar-te viver a vida de acordo com a tua perspetiva.
E estar sempre aqui. Para o caso de ser preciso.
Sandrapep