De Alguém a 20 de Janeiro de 2017 às 09:54
O tempo, a arbitrariedade da vida e as fragilidades humanas, que, dizes e bem, nos levam a magoar quem mais amamos, acabam por colocar entre as pessoas distâncias do tamanho de continentes. Há 26 anos atrás, uma menina com óculos de "fundo de garrafa", com uma grande melena e meio rechonchuda, tocou a minha alma e eu soube logo ali que seria o amor da minha vida, a única mulher que amei com paixão, que continuo a amar e que sempre me acompanhará até ao final dos meus dias.
Nem as escolhas, aquelas que posso considerar menos boas pela minha noção de moral e que foram acontecendo na vida dessa menina, agora mulher, conseguiram fazer diminuir o sentimento avassalador, a lembrança diária e o eterno desejo de um dia poder dizer-lhe:"vem, vamos ficar juntos até sermos velhinhos e a morte nos levar." O amor que sempre senti por essa mulher sempre se impôs a qualquer outro tipo de emoção ou julgamento, porque sei que aquilo que tocou a minha alma no início, nunca esmoreceu nem se transformou, na essência da pessoa que foi, é e que será. As escolhas que fiz na vida poderão não ter sidos as melhores e por isso existem as naturais consequências com que tenho que lidar, mas nunca me senti vazio... apenas só. Porque apesar de ter tentado amar outras mulheres, vivido com uma e ter tido filhos, sempre me senti só. A Minha alma tavez seja daquelas velhas, antigas, que só se apaixona uma vez na vida e que goste de um bom melodrama ...
Sabes Xana, não és a única pessoa a amar-te incondicionalmente, a querer abraçar-te e proteger-te, que sempre te esperou e te espera todos os dias, de todos os anos, vividos e por viver. Existe alguém para quem tu és também a maior história da amor da sua vida. Alegra-te, pois um pouco. Sabe que és amada incondicionalmente, apesar da distância e do tempo.